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ORIENTAÇÃO SOLAR

O homem primitivo estava estreitamente ligado ao ciclo do sol: é possível encontrar, por exemplo, templos e túmulos no Egito alinhados com precisão aos pontos cardeais, um sinal de que os movimentos do sol haviam sido estudados. Acredita-se que Sócrates tenha sido o primeiro a descrever o uso da movimentação solar na arquitetura:


Nas casas com orientação sul, os raios de sol penetram nos pórticos durante o inverno, mas no verão o movimento do sol está diretamente sobre nossas cabeças e sobre os tetos e, assim, temos sombra. Esta é a melhor forma; nós poderíamos construir o lado sul mais alto para aproveitar o sol do inverno e o lado norte mais baixo para evitar os ventos frios.

A primeira pergunta que se apresenta para nós, arquitetxs, diante de um novo projeto é: para onde fica o norte? Essa é uma pergunta importante pois quando identificamos a orientação do terreno com relação ao sol, conseguimos entender qual é a trajetória solar na edificação, e buscar estratégias para articular tudo aquilo que ele nos oferece da melhor maneira possível.


Os impactos do sol - assim como dos ventos - sobre um local será o resultado da combinação de fatores como a latitude e a longitude, e a proximidade do mar ou das montanhas, ou seja, a altitude. As características climáticas locais vão nos oferecer dados para propôr soluções adequadas na arquitetura - compreender as forças da natureza e aproveitá-las no projeto das nossas edificações são a chave para uma arquitetura sustentável que corresponda ao clima local.


A posição do sol também varia conforme a estação do ano, devido a inclinação do eixo da Terra em direção ao sol - no verão, os dias são mais longos e o sol está mais alto no céu; enquanto no inverno, ele fica mais baixo e os dias são mais curtos.



E assim como a Terra é aquecida pelo Sol, o mesmo acontece com qualquer superfície sobre a qual os raios solares incidam: dias

mais longos significam mais horas de exposição solar - e de aquecimento - disponível, independente de aquele calor ser ou não desejado... Por isso, orientar corretamente as fachadas da edificação é um princípio básico e tão importante.



A orientação de um edifício é afetada pela quantidade de radiação solar - os raios solares vão incidir em fachadas e em momentos diferentes ao longo do dia. É sempre bom recordar uma regrinha básica: o sol nasce no leste e se põe no oeste. Ou seja, no início da manhã - a leste - e no final da tarde - a oeste - o sol fica mais baixo no céu. Esse sol baixo que incide nas fachadas leste e oeste gera problemas diferentes daqueles do sol alto do meio-dia, e que exigem respostas e tratamentos diferentes na edificação.


Por isso a diferenciação entre as fachadas é determinante: em alguns locais e em determinadas estações do ano, o calor trazido pelo sol no início da manhã na fachada leste pode ser bem-vindo - podendo ser aproveitado para o aquecimento dos ambientes que serão ocupados naquele horário do dia, e que estarão frios após a noite.


Já na fachada oeste, que é exposta a um longo período de sol forte e mais baixo no final do dia, a definição dos materiais e a proporção de aberturas deve ser cautelosa, assim como a escolha de quais ambientes serão dispostos nessa fachada.



Entender a relação entre o movimento solar e as necessidades programáticas que precisamos atender nos permite definir a orientação e a forma da edificação, estudando a localização dos ambientes internos e a posição e proporção das aberturas. A arquitetura sustentável utiliza princípios bioclimáticos para trabalhar junto com as forças da natureza, e não contra elas.


Vamos juntas?

Com carinho,

L.

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