Esse é um clássico, que divide opiniões até entre os próprios profissionais... O #arquiteturês de hoje vai te explicar porque a #arquiteturadeinteriores não é #decoração.
Começando pelas definições
Como toda classe de profissionais, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) é o orgão responsável por regular a profissão das arquitetas e urbanistas (sim, as mulheres são maioria no número de profissionais, chegando a 63,5% dos registros em 2020) no Brasil. Além de orientar e fiscalizar as profissionais, o Conselho também defende o interesse e a segurança da sociedade como um todo no que diz respeito aos serviços prestados por nós.
Por isso, seguindo a definição dada pelo CAU, Arquitetura de Interiores é:
"Intervenção detalhada nos ambientes internos e externos que lhe são correlatos, definindo uma forma de uso do espaço em função do mobiliário, dos equipamentos e suas interfaces com o espaço construído, alterando ou não a concepção arquitetônica original, para adequação às necessidades de utilização. Esta intervenção se dá no âmbito: espacial, das instalações, de condicionamento acústico, de climatização, estrutural, dos acabamentos, luminotécnico, da comunicação visual, das cores, de mobiliários, de equipamentos, da coordenação de projetos complementares, e da proteção e segurança”.
Decoração, por sua vez, é definida por:
"É um simples arranjo do espaço interno criado pela disposição de mobiliário não fixo, obras de arte, cortinas e outros objetos de pequenas dimensões, sem alteração do espaço arquitetônico original, sem modificação nas instalações hidráulicas e elétricas ou ar condicionado, não implicando, portanto em modificações na estrutura, adição ou retirada de paredes, forro, piso, e que também não implique na modificação da parte externa da edificação".
A partir das definições, fica claro que há muitos aspectos técnicos envolvidos na arquitetura de interiores que não são contemplados pela decoração de interiores. Embora ambos sejam próximos exatamente por tratarem da escala arquitetônica mais próxima de nós, usuários, a atividade de decorar está restrita apenas àqueles itens que não interferem na arquitetura em si - paredes, forro, piso, instalações etc.
As diferenças entre Arquitetura de Interiores e Decoração na prática
Pensar o ambiente construído é uma tarefa ampla, que envolve diversas escalas de atuação - começando pelas cidades, quantas arquiteturas estão reunidas em apenas uma quadra? E quantos interiores contém um mesmo edifício de apartamentos idênticos? E quantas possibilidades de decoração existem para um mesmo ambiente? Segmentar essas atividades é apenas uma questão de perspectiva, mas a arquitetura será sempre inteira.
Da maneira como entendemos, a decoração está dentro da arquitetura de interiores, sendo uma das etapas conclusivas de todo o #projetoarquitetônico - aquele que diferencia um projeto do outro, trazendo objetos pessoais, memórias e composições que identifiquem o usuário naquele espaço. Mas antes de chegar nessa etapa, muitas vezes mudanças estruturais são necessárias para atender às necessidades funcionais desse usuário. Falamos sobre essas etapas em outro post, lembra? Então, a decoração - que também é conhecida como #produçãofinal - é o toque final de todo esse processo.
Se a decoração faz parte de um projeto de interiores, o arquiteto pode fazer o papel do decorador, auxiliando na curadoria dos objetos e finalizações que o cliente deseja. Mas será que o decorador pode ser arquiteto? De acordo com o CAU, "não é porque um determinado profissional acredita dominar um saber-fazer que a ele é assegurado o direito de exercer uma atividade regulamentada". Por isso, fique atento ao que você deseja fazer e contrate um profissional habilitado para exercer essa atividade.

Aqui na COPA, entendemos que um bom projeto de interiores é feito pensando em abraçar e acolher a decoração do próprio cliente, independentemente do tamanho do projeto ou do orçamento. Afinal, a identificação do usuário com aquele ambiente é o mais importante - os espaços são criados para se viver neles e usá-los, e se isso não for feito corretamente, não houve sucesso. Como dizemos sempre, a arquitetura é feita para as pessoas.
Embora exista uma imensa quantidade de imagens de revistas de arquitetura e design, sem contar as referências no Pinterest e no Instagram, dificilmente buscamos tornar uma casa daquele jeito. Nos questionamos, inclusive, se as casas são feitas para ser assim...
Acreditamos que a casa, o lar, seja feito para viver, e sabemos que a vida não é perfeitamente arrumadinha. A perfeição não é o nosso ideal, mesmo que a arquitetura pareça “perfeita” nas revistas de design. Além disso, muitos clientes já possuem os objetos necessários para ter um espaço acolhedor - basta uma ajudinha, e com um pouco de tempo e cuidado, a casa passa a refletir o que realmente importa para cada cliente.
Vamos juntas?
Com carinho,
L.