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ARQUITETURA BIO-O QUÊ? BIOCLIMÁTICA!

Atualizado: 23 de ago. de 2020

Antes de falarmos de #arquiteturabioclimática, aqui vai uma perguntinha: você sabe a diferença entre tempo e clima?


Segundo o dicionário, o tempo climático é um fenômeno momentâneo, que representa uma situação atmosférica efêmera, ligada a uma combinação passageira dos elementos do clima. Sim, o tempo é aquilo que você checa na previsão pelo celular antes de sair de casa.


Já o clima é a resultante de diferentes combinações dos elementos que o constituem, entre outros a umidade relativa, a temperatura, a radiação solar e o vento.



Agora ficou mais fácil entender do que se trata né? :) Mas vamos explicar melhor! A palavra bioclimática, por sua vez, tem origem no vocáculo bioclima, emprestado da biologia, que significa um tipo de clima definido em relação ao desenvolvimento dos seres vivos em determinado lugar.


Logo, a arquitetura bioclimática é aquela que se preocupa com a adequação da edificação ao clima, visando o conforto térmico, acústico e visual e lumínico das pessoas que utilizarão esse ambiente construído.


A arquitetura é composta por diversos sistemas interdependentes - desde a estrutura que a sustenta; os materiais mais adequados para cada uso; o abastecimento de água, energia, comunicação etc; sem falar no mobiliário e nos acabamentos internos, que formam a escala da arquitetura mais próxima das pessoas. Entre as diversas disciplinas que a compõem, muitas vezes o conjunto [paredes externas + aberturas + piso + cobertura] é chamado de envoltória, pois esse é o conjunto que representa os elementos que "fecham" o ambiente construído em si, envolvendo as pessoas e as atividades que a arquitetura abriga. Na arquitetura bioclimática, a envoltória é tratada como uma membrana reguladora entre o ambiente externo e o interno, que deve ser permeável e controlado a fim de alcançar um ambiente interno confortável.



O projeto "carimbo"


Se você mora em um grande centro urbano, já se deparou com uma via cheia de fachadas envidraçadas do térreo ao último pavimento, não é mesmo? E a mesma cena se repetindo a cada viagem ou visita a um centro urbano diferente... Ou então, já olhou pela janela e notou uma fachada vizinha inteirinha apenas com aparelhos de ar condicionado instalados, sem nenhuma janela ou relação entre interior e exterior.


A internacionalização de uma linguagem arquitetônica, assim como a importação de tecnologias e até a dependência cultural de alguns países ou regiões, difundiram a ideia de que qualquer projeto de arquitetura poderia ser desenvolvido - e algumas vezes, replicado - sem considerar o contexto e o clima local. Essa abordagem de concepção de arquitetura, além da ausência de consideração com o consumo de energia ou com o impacto ambiental, resulta em espaços com qualidade interna algumas vezes pior do que as condições externas, e que podem ser habitados apenas com o uso intensivo de sistemas artificiais de iluminação e climatização.


Aqui na COPA, acreditamos que, se a arquitetura é feita para as pessoas, como costumamos sempre dizer, ela não deve ignorar o conforto do usuário em nome da reprodução de uma forma importada e descontextualizada.



O projeto bioclimático


O projeto bioclimático considera todos os parâmetros tradicionais de projeto, mas integra o programa de necessidades ao local, através do estudo do clima, da topografia e de vegetação, considerando essas características na resposta projetual, além das necessidades energéticas e ambientais: a orientação do edifício, a seleção de materiais, as aberturas e o sombreamento podem fornecer acesso ideal à luz solar para iluminação e aquecimento, além de trazer a brisa natural para refrigeração e ventilação.


Ao agregar esses valores ao projeto de arquitetura, estamos contribuindo para a redução do consumo de recursos naturais e energia, prevenindo a emissão de GEEs geradas na sua produção, e principalmente: para melhorar a qualidade de vida do usuário. Por isso as estratégicas bioclimáticas são grandes aliadas da arquitetura sustentável :)



Esse também é o motivo pelo qual o projeto bioclimático também é conhecido como projeto de "modo passivo": ser passivamente responsivo ao clima local melhora as condições de conforto interno sem a dependência exclusiva do uso de sistemas "ativos" - aqueles que consomem energia. A arquitetura sustentável deve começar aplicando os princípios bioclimáticos antes dos sistemas artificais de refrigeração, aquecimento, iluminação artificial, ventilação mecânica, etc e não após. A tecnologia e a engenharia devem servir para aprimorar ainda mais as alternativas passivas e de baixo consumo de energia.


É dessa forma que nós, arquitetxs, conseguimos contribuir para a mudança de cenário que queremos ver no mundo - aquela que leva a um caminho mais sustentável. Por isso precisamos conhecer, além daquilo que o usuário precisa e deseja, o clima do local com suas características e particularidades, e o comportamento dos materiais quando expostos àquelas condições - as estratégias bioclimáticas pedem um projeto inteligente.


Vamos juntas?

Com carinho,

L.

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