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29 de maio, DIA MUNDIAL DA ENERGIA

Dia 29 de maio é comemorado o Dia da Energia. O assunto tem estado em alta recentemente, devido à queda na demanda causada pela pandemia do #covid19. Além disso, #arquitetura e #energia têm muito em comum, principalmente quando falamos de #eficiênciaenergética. Vamos falar um pouquinho sobre tudo isso aqui, mas se você quiser entender alguns conceitos básicos, sugiro dar uma passadinha nesse post antes de iniciar a leitura ;) Vamos juntas?


Como sabemos, o Brasil possui um dos maiores percentuais de energias renováveis do mundo. De acordo com o Balanço Energético Nacional de 2019 (BEN), nos últimos 18 anos, a participação das renováveis na matriz energética brasileira manteve-se estável, com valores superiores a 40%.


Matriz energética por fonte

fonte: EPE – Empresa de Pesquisa Energética. Balanço Energético Nacional. http://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/balanco-energetico-nacional-ben


As fontes renováveis evoluíram em ritmo mais acelerado devido à expansão do setor de etanol e a intensificação de outras fontes renováveis, como a eólica e a lixívia. Entre as fontes não renováveis, a produção de gás natural aumentou de 5% para 12% em 2018. Nós explicamos aqui a diferença entre #energiarenovável e #energianãorenovável :)

Vale lembrar que as variações de produção e consumo de energia estão relacionadas à atividade econômica do país. Portanto, a análise do histórico da economia é relevante para entender os movimentos de variação do consumo. O International Energy Agency (IEA) identificou que a crise provocada pela pandemia do #coronavírus gerou cortes da atividade econômica global e da mobilidade durante o primeiro trimestre de 2020, e desencadeou a redução da demanda global de energia em 3,8% em relação ao primeiro trimestre de 2019:


Taxa de variação da demanda global de energia primária, 1900-2020

fonte: IEA, Rate of change of global primary energy demand, 1900-2020, IEA, Paris https://www.iea.org/data-and-statistics/charts/rate-of-change-of-global-primary-energy-demand-1900-2020

De acordo com o estudo, se os bloqueios durarem muitos meses e as recuperações forem lentas em grande parte do mundo, a demanda anual de energia cairá 6% em 2020, eliminando os últimos cinco anos de crescimento da demanda e o maior declínio observado nos últimos 70 anos.


Energia e CO2


Lembram da relação entre energia, #combustíveisfósseis e #mudançasclimáticas? Então, essa queda brusca na demanda por energia no primeiro trimestre de 2020 gerou uma grande queda nas emissões globais de CO2 - elas foram mais de 5% menores do que no primeiro trimestre de 2019, principalmente devido a um declínio de 8% nas emissões de carvão, 4,5% de petróleo e 2,3% de gás natural. As emissões de CO2 caíram mais que a demanda de energia, pois os combustíveis com maior emissão de carbono sofreram as maiores quedas na demanda nesse período.


Emissões globais de CO2 relacionadas à energia, 1900-2020

fonte: IEA, Global energy-related CO2 emissions, 1900-2020, IEA, Paris https://www.iea.org/data-and-statistics/charts/global-energy-related-co2-emissions-1900-2020



A previsão do IEA é que as emissões globais de CO2 relacionadas à energia diminuam ainda mais rapidamente nos nove meses restantes do ano, chegando a ser 8% menor que em 2019, e atingindo o nível mais baixo desde 2010. Como o gráfico aponta, essa redução seria a maior de todos os tempos, seis vezes maior que a redução recorde anterior de 0,4 Gt em 2009 devido à crise financeira e duas vezes maior que o total combinado de todas as reduções anteriores desde o final da Segunda Guerra Mundial.


Mas e a arquitetura?


Vamos entender um pouquinho melhor a relevância das edificações através dos dados de consumo energético. Lembrando que as edificações compreendem os setores residencial, comercial e público.


De acordo com o BEN, entre 2005 e 2018, o consumo de energia das edificações teve um crescimento de 2% ao ano, chegando a 37,8 milhões de TEP em 2018. Nesse ano, as edificações representaram 16% do consumo de energia primária produzida total e 51% do consumo de eletricidade do país - ou seja, mais da metade de toda a eletricidade ofertada no Brasil.


As residências são responsáveis pela maior parcela desse consumo, com participação de 67% da energia total e 25% da eletricidade no ano de 2018. A principal fonte de energia utilizada nas residências é a eletricidade, com 46%, seguida do GLP com 26% e de lenha, com 24%. Já nos edifícios comerciais e públicos, a eletricidade é a fonte majoritária de energia, com 92% de participação.



Os números comprovam a necessidade do desenvolvimento e implementação de processos eficientes de projetar, construir e utilizar os edifícios. Sempre é bom lembrar que #eficiênciaenergéticanaarquitetura começa com foco em um projeto que reduza as necessidades de consumo de energia, através de princípios bioclimáticos: a orientação solar, a quantidade de aberturas na fachada, os materiais de construção adequados ao clima, além das estratégias de refrigeração passiva e de ventilação natural. A arquitetura constitui tudo aquilo que envolve o usuário no ambiente construído, e por isso atua como interface entre o macroclima externo e o microclima interno, influenciando diretamente no seu desempenho energético.

Além disso, a arquitetura tem influência direta no dimensionamento de sistemas de iluminação e climatização que, em conjunto com controles inteligentes, também reduzem o consumo energético. Também é possível pensar em soluções para a geração de energia renovável in loco, permitindo que o consumo local seja atendido independente das fontes tradicionais.


Eficiência Energética de Edificações

As práticas de eficiência energética são estratégicas tanto para atender à demanda futura de energia da sociedade, quanto para contribuir no combate às mudanças do clima. Além disso, ela contribui para a segurança energética (quem lembra do apagão em 2001?), modicidade tarifária (custo que pagamos pela energia) e na redução de impactos ambientais, entre diversos outros benefícios diretos e indiretos.


No Brasil, programas governamentais para eficiência energética iniciaram em1984, com o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), coordenado pelo INMETRO. Foi a partir desse programa que as etiquetas comparativas de desempenho energético de equipamentos elétricos (e posteriormente a gás e de outras fontes) passaram a informar os consumidores sobre seu consumo de energia, orientando na escolha de compra.


Já discutimos aqui a tendência de crescimento do #consumoconsciente e da exigência dos consumidores, né? Esse tipo de informação é um exemplo prático de como os critérios de compra podem vir a ser exigidos num futuro próximo - junto com a energia embutida no processo de produção, a origem das matérias primas, do percentual reciclável e de materiais de reuso, entre outros.


E para os edifícios esse raciocínio também se aplica - as políticas de eficiência energética deram origem ao Programa Brasileiro de Etiquetagem de Edificações, o PBE Edifica. A avaliação do desempenho energético dos edifícios é um importante mecanismo tanto para informar o consumidor quanto para reduzir o consumo e os gastos nas contas de energia no setor. Também é uma forma de estimular boas práticas dos profissionais da construção para aumentar a eficiência mínima dos edifícios que estão sendo ofertados no mercado - pois estes serão os escolhidos pelos usuários, cada vez mais exigentes.


É importante lembrar também que a economia de energia está muito associada à redução de custos, e diante de um cenário onde a energia é cada vez mais cara, utilizá-la sem desperdício é um desafio. Portanto, a #etiquetagem de edificações torna-se um importante instrumento não só para estimular boas práticas, mas para reduzir os gastos nas contas de energia. Para o usuário final, esse também pode ser um bom instrumento para auxiliar a tomada de decisão na hora da compra. E o seu prédio, é eficiente energéticamente?


Com carinho,

L.

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